O diretor de escola é um burocrata e está encarregado, de certa forma, a manter estruturas existentes e satisfazer os desejos dos seus superiores hierárquicos, com os quais comumente se identifica. Contudo, em alguns setores da escola, age de forma autônoma, e a maneira como isso se realiza evidencia a maneira de como exerce sua autoridade em cada um dos diferentes domínios em que atua. De acordo com Kurt Lewis, em suas formulações datadas da metade do século XX, o exercício de controle e as relações entre os indivíduos em grupos, se classificam por controle autocrático, controle democrático e controle laissez-faire. Tirando proveito dessas formulações, entende se que um diretor de escola pode exercer controle autrocrático ao exigir obediência, não admitir qualquer tipo de discussão, determinando o caminho a ser seguido e tomando decisões isoladamente, sendo um “sabe tudo” ou “melhor que os outros”. O controle democrático se caracteriza pela ação coletiva, onde o diretor integra as idéias e contribuições dos professores em seu trabalho. Esse tipo de controle implica discussão e acordo nas decisões a serem tomadas pela equipe. Por último, o controle laissez-faire onde o diretor dá “carta branca”, deixando aos professores o cuidado de fazer a escola funcionar. Nesse caso, o controle por parte do diretor é mínimo e dá a todos muita liberdade em suas ações. Seu papel se restringe aos problemas administrativos e à resolução de dificuldades inesperadas.
Considerando se também as idéias de Day (2001), existem três tipos de liderança:
• Liderança Normativo Instrumental , que se trata da influência exercida pelo diretor de escola sobre os professores, para que estes acatem a visões, metas e expectativas dele próprio;
• Liderança Facilitadora, onde as estratégias do diretor se fixam na confiabilidade nos professores e ao apoio oferecido pela direção ao desenvolvimento profissional , na ações inovadoras, no trabalho individualizado e no suporte às iniciativas.
• Liderança Emancipadora , que se sustenta por três princípios - participação, equidade e justiça social. Combina princípios de relacionamento humano com respeito individual e coletivo.
Dirigir ou liderar uma instituição escolar não se trata de orquestrar mediante comandos preestabelecidos abstraindo outros fatores importantes para o ensino. Para atuar como líder formal em uma escola é necessário ter claro as limitações de ação de um administrador e a percepção de introduzir pessoas lideres no plano de idéias e realizações no momento da tomada de decisões, no sentido de acatar as colaborações provenientes dos docentes.
“O que se exige da liderança escolar é algo muito forte: a mobilização das pessoas no que tange ao fortalecimento das relações interpessoais e à disposição para efetuar a circulação de saberes e experiências entre os membros da equipe.” (Liderança, Poder e Autoridade, Tema 2, p.27)
Cabe-nos a tarefa, nada fácil de exercer, de estabelecer na escola uma cultura que vise o desenvolvimento profissional e institucional, tendo como direção, a formação de uma comunidade de aprendizagem comprometida com a qualidade do ensino e das condições de trabalho. É preciso liderar sob forma democrática e emancipadora, segundo os autores citados, quebrando o padrão de organização da educação onde os professores não são considerados em seus conhecimentos e idéias, afinal o envolvimento de todos garantirá a divisão de responsabilidades pela escola e a superação da lógica hierarquizada.
Bibliografia
PINAZZA, Monica Appezzato, GALLEGO, Rita de Cássia, SILVA, Vivian Batista da, Módulo III, O Projeto Pedagógico e o Currículo em Ação, REDEFOR, Curso de Gestão da Escola para Diretores, 2011, p.1-19
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