Podemos afirmar que os professores são profissionais, pois para realizarem suas atribuições requerem de uma formação adequada, além de dominarem e se apoiarem em conhecimentos especializados e formalizados.
Embora essa função seja bastante antiga, apenas no início do século XX, condições essenciais para considerá-la uma atividade profissional, foram concretizadas. Entre elas, segundo as idéias de TARDIF (2000, apud Silva, 2011, p. 60), podemos descrever:
1) Por se tratarem de docentes, devemos pensar que devem ter conhecimento de várias disciplinas, especialmente as chamadas Ciências da Educação, que certamente todos os educadores estudam em sua formação inicial;
2) Os diplomas de formação dos docentes dão acesso a uma formação profissional e também atesta que os saberes essenciais do magistério são minimamente compartilhados;
3) Os conhecimentos pedagógicos pertencem aos professores e especialistas, e estes enquanto profissionais, tem o direito de usar seus saberes;
4) Só os profissionais são capazes de avaliarem o trabalho de seus pares, aspecto importante dentro do profissionalismo;
5) Os professores mobilizam disciplinas científicas estudadas em sua formação, além disso, resolvem situações problemáticas concretas através de seus conhecimentos pragmáticos, como o que ensinar, como motivar os alunos que quase não se envolvem; como adaptar materiais disponíveis, etc;
6) Mesmo sem regras ou receitas postas, os docentes se adaptam a situações novas e inesperadas. Daí a necessidade da formação contínua e continuada;
7) Assim como os docentes são responsáveis por sua formação, também são responsáveis pelo mau uso de seus saberes, ou seja, sendo profissionais, entende-se que são responsáveis pelos seus saberes e pelo seu trabalho.
Em contra partida, apesar dessas evidências, não se pode negar que existem inúmeros entraves que se opõem a profissionalização do professor, Segundo análise realizada por Tardif e Lessard, (2009, apud Silva, 2011, p. 62):
(...) Os professores se sentem pouco valorizados e sua profissão sofreu uma perda de prestígio; a avaliação agravou-se, provocando uma diminuição de sua autonomia, a formação profissional é deficiente, dispersiva, pouco relacionada ao exercício concreto do serviço; a participação à vida dos estabelecimentos fica reduzida (...)
O profissional docente executa o exercício de suas funções isolado nas salas de aulas e quase não toma conhecimento do que ocorre fora dela. Constantemente recorrem a esforços pessoais para ensinar e poucos refletem sobre seu ofício. As reformas educacionais que vem ocorrendo ao longo dos anos e que fracassaram, concomitantemente diminuíram as responsabilidades do professor pelo seu trabalho e os distanciaram da idéia de profissionalismo e de sua profissão.
Bibliografia:
SILVA, Vivian Batista; GALLEGO, Rita de Cássia. O Projeto Pedagógico e Autonomia da Escola. Redefor, Curso de Gestão da Escola para Diretores – Módulo II, São Paulo, 2011, p. 59-63.
Nenhum comentário:
Postar um comentário