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Diretora de Escola Pública Estadual

sexta-feira, 4 de março de 2011

As competências de leitura e escrita desenvolvidas na Escola Estadual

O que se pode observar dentro do material de apoio “caderno do aluno”, que é oferecido pela SEE, foi elaborado para o desenvolvimento da competência leitora e escritora, visto que trás em seu conteúdo, pequenos textos voltado às diversas disciplinas. Portanto os professores, de forma consciente ou não, acabam por trabalhá-las sistematicamente. Acredito que exista consciência em boa parte do corpo docente da escola onde sou gestora, de que essas competências vêm sendo trabalhadas. Tenho verificado que muitos profissionais que trabalham no ensino fundamental II, atualmente tem se empenhado muito no desenvolvimento de práticas de alfabetização e anteriormente eram resistentes nesse quesito. Isso se faz necessário, visto que muitos alunos chegam a essa fase da escolarização com muitas dificuldades de leitura e escrita, encontrando se alunos “silábicos sem valor”. Um fator que tem nos beneficiado é o convívio diário com o programa “Ler e Escrever” da SEE por contemplarmos as séries iniciais do ensino fundamental. Refiro-me ao trabalho e experiência das professoras do Ciclo I e que tem colaborado muito, no auxílio aos professores do Ciclo II na elaboração de atividades em casos graves de analfabetismo. Uma das práticas adotadas depois desse programa na escola é a roda de leitura onde o professor lê para o aluno ouvir e vice versa. Um bom resultado dessa ação foi observado ao se findar as correções das redações do SARESP, realizado em 17 e 18 de novembro doa ano de 2010. Comparado ao resultado dos anos anteriores, houve progresso considerável.
Atualmente existe um plano de trabalho contínuo para o desenvolvimento dessas competências por parte do conjunto de professores do ensino fundamental I através do programa “ler e escrever”, que capacita-os, conjugando diretrizes e conceitos além de oferecer materiais de apoio, que foram especialmente desenvolvidos para estas ações. No ensino fundamental II, não existe um plano de trabalho específico, além da parceria existente entre os professores dos dois ciclos, mas em sua grade curricular consta atualmente, a disciplina Leitura e Produção de Texto - LPT com duas aulas semanais, assessorado por materiais estruturados, por parte da SEE, sobre os gêneros: lenda, mito, fábula, história em quadrinhos, poema, conto, romance, texto teatral e cordel. A Pretensão da SEE em acrescentar essa disciplina na grade curricular foi a de potencializar os efeitos de seu atual Currículo e visa realizar isso, enviando material de orientação e apoio organizado pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas - CENP. Porém, se o professor não se propuser a estudar esse material, será mais um livro abandonado na prateleira das escolas. Existe a tentativa em conscientizá-los pela equipe gestora, de que ler esse material, é minimamente fundamental na aquisição de maiores conhecimentos no desempenho de suas funções.
Mas, ao pensar se os professores são estimulados a desenvolver, eles próprios a competência de leitura e escrita, seja no estudo de materiais de apoio oferecido pela CENP ou outro qualquer, me pergunto quem deveria estimulá-los? Pois se ao solicitar que um professor redija uma simples ata de uma reunião rotineira é encontrada certa resistência, principalmente dos da área de exatas. Cria se um clima de acanhamento, o que desfavorece o estímulo proposto. Também tem sido notório que discutir diversas interpretações sobre os materiais que lêem ou explicitar por meio da escrita o que entenderam muitas vezes os constrange, porque parece que a leitura não tem sido alvo dos educadores, e os poucos que o fazem, seguem a linha textual fora do contexto educacional. Não demonstram interesses em leituras que os levaria a sua atualização profissional. Pode se constatar isso, pela desistência de grande parte deles do curso de capacitação oferecido aos educadores pela SEE. Acredito que isso deve se ao fato de que este curso estava os obrigando a pensar, ler e escrever. Os docentes de um modo geral, não se sentem a vontade em fazer isso, pois não possuem essa prática. O relato de uma professora desistente do curso de capacitação é que isso tudo não era para ela, pois estava tendo que escrever muito. Sempre digo aos professores que se desejam alunos leitores e escritores, temos que fazer uma análise sobre essas competências em nós mesmos. O estímulo a essas competências é individual e depende de cada um.
Ao consultar em uma reunião aos professores sobre quais seriam suas dificuldades mais comuns no desenvolvimento de propostas e alternativas para um plano de superação dos problemas de leitura e escrita dos alunos, eles apontam “n” fatores, mas não assumem nenhuma responsabilidade para si. Não admitem que ao solicitarem ao aluno que escreva sobre determinado tema, muitas vezes sem relação com o cotidiano dele, como em uma redação, por exemplo, esperam que o façam naquele exato momento, em curto espaço de tempo, geralmente em uma hora-aula, e esperam, com autoridade, bons resultados. Não se encontram, no entanto, cumprindo a mesma proposta. Como já disse acima, na situação solicitada ao professor para que redija a ata de uma reunião de HTPC, por exemplo, é tentado evitar primeiramente empurrando a ação para o professor de humanas, depois atribuindo ao fato de não estar se sentindo bem no momento ou ao cansaço, ou até admitem que não gostem de escrever. Afirmar que um aluno não alcançou desempenho satisfatório em alguma atividade por não ter estudado o conteúdo proposto é comum, mas não os faz associar e perceber que o desempenho de suas funções docentes necessita de estudos e leituras além de sua formação acadêmica. O que se verifica é que se esse estudo não se der em horário de trabalho, o professor não o realizará em outro horário qualquer. E é exatamente o que o aluno faz, ou seja, se não se apropriar dos conteúdos estudados, durante as aulas, também não se dará o trabalho de fazer lição de casa. Então, aponto como maior dificuldade no desenvolvimento de qualquer ação educativa, a falta de leitura e estudo por parte dos docentes do amplo material de apoio existente, que hoje é oferecido gratuitamente pelo Governo, diante de antigas manifestações que alegavam a inviabilidade da aquisição de livros, devido a baixa remuneração docente. Com o estudo desse material de apoio, os professores poderiam se sentir mais seguros em suas ações e minimamente teriam maior embasamento nos procedimentos educacionais.

Felizmente isso não é regra para todos os professores nem para todos os alunos.

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