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Diretora de Escola Pública Estadual

sexta-feira, 4 de março de 2011

Introdução de temas sociais no currículo e uma maior articulação entre os conteúdos

Segundo define a L.D.B. o encargo da escola é de desenvolver integralmente a personalidade do educando e, portanto deve explorar todas as aptidões e valores do ser humano. A urgência social, abrangência nacional, a possibilidade de ensino e aprendizagem, favorecendo a compreensão da realidade e participação social, foi introduzida no currículo pelos Parâmetros Curriculares Nacionais dando lhe nova dimensão ao englobarem valores universais. A Idéia de preparar adolescentes para o mercado de trabalho está associada à formação de alunos cidadãos na escola contemporânea. Os temas transversais potencializam valores, provocam comportamentos e ampliam conceitos, metodologias e costumes, que respondem às necessidades pessoais e da própria sociedade.
A inclusão de temas transversais articulados aos conteúdos do currículo faz com que o aluno aprenda a conhecer a comunidade em suas desigualdades de aspectos, a se preocupar com seus problemas e desejar participar de suas resoluções ao receber orientação adequada, aumentando a capacidade de aprender do aluno.
Os argumentos para justificar tal introdução focam exatamente os objetivos dos PCNs , que tendem levar o aluno à:

•Participar socialmente e politicamente na compreensão da cidadania, exercendo direitos e deveres e adotando no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e respeito mútuo;

•Aderir criticidade responsável e construtiva, através de diálogo na mediação de conflitos e tomada de decisões nas diferentes situações críticas;

•Construir noção de identidade nacional através do conhecimento das características fundamentais do país nas dimensões sociais;

•Valorizar e conhecer a pluralidade sociocultural de nosso país, assim como de outros povos e nações, libertando se dos preconceitos de qualquer espécie;

•Contribuir ativamente para a preservação do meio ambiente;

•Elevar a auto-estima e confiança em si mesmo;

•Adquirir hábitos saudáveis melhorando a sua qualidade de vida, aumentando sua responsabilidade com sua própria vida;

•Apropriar-se das diferentes linguagens: verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal nas diferentes situações de comunicação;

•Familiarizar –se com os recursos tecnológicos na aquisição e construção de conhecimentos;

•Utilizar o pensamento lógico, a criatividade, a intuição e capacidade de análise crítica na seleção de procedimentos na resolução de problemas da realidade em que vive.

No entanto, ainda existem dificuldades no desenvolvimento desses temas pelas prisões de antigos paradigmas, passando pela falta de experiência nos trabalhos com projetos em grupos, pela bibliografia especializada ainda empobrecida nesses conteúdos curriculares, entre outros. Cabe ao gestor protagonizar a necessidade de inclusão no Projeto Pedagógico da Escola, das diretrizes nacionais e orientações curriculares, associando-as ao currículo escolar, através de reflexões e interações com a comunidade sem deixar de ver o aluno como sujeito dessas práticas enfatizando a sua participação nelas. A coerência é tentar diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz e o que se pensa. Não existe um modelo pronto a ser aplicado, pois num país como o nosso, com tamanha diversidade cultural e econômica isso seria improvável. Referências ou pistas para alavancar o início da caminhada a ser percorrida é o que precisamos neste momento e o papel do gestor na tomada de decisões deve sempre envolver todos os segmentos da escola na formulação dos critérios para a efetiva participação e contribuição de todos.
Efetivamente, isso é realizado na escola nos momentos destinados ao Planejamento Escolar de início e meio do ano letivo e nas Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) semanais. Na escola onde estou gestora há pouco mais de um ano, é seguido rigorosamente a instrução da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas de que seja garantida a participação de todos os professores dos respectivos segmentos de ensino num único dia da semana, de reuniões de, no mínimo, duas horas consecutivas. Dessa forma, como me referi no parágrafo anterior, reflexões e interações se dão constantemente entre os pares. Essas horas são destinadas, além de outros assuntos, a ações de formação continuada com conteúdos voltados às metas da escola e à melhoria do desempenho dos alunos. As pautas do HTPC são elaboradas e desenvolvidas ora pelos professores coordenadores, ora pela direção da unidade escolar, procurando atender as reais necessidades do grupo. Vem sendo prioridade da equipe gestora, seguir as orientações oferecidas pelos PCNs, além de acatar as determinadas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais.
No ano corrente conquistamos a atualização, construída coletivamente, do Regimento Escolar e de nossa Proposta Pedagógica (PP). Esse foi um momento onde planejamos nossas ações e entre elas, a inserção de projetos escolares relacionados aos PCNs que não constavam dele na gestão anterior. Houve articulação de idéias desde a escolha dos temas, seguido de objetivos e metas, ações e cronogramas. Existe o gerenciamento e apoio pela equipe gestora, na providência de recursos necessários na execução dos mesmos e para que ocorra com a participação e comprometimento de todos. Posso sentir que tem havido articulações entre as diretrizes nacionais, orientação curricular estadual e projeto pedagógico em momentos na nossa escola, e esses são alguns exemplos concretos dessa atuação.



Bibliografia:

Parâmetros Curriculares Nacionais

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