A partir do remanejamento escolar que acontece em nossa escola por esta atenter as séries/anos iniciais do ensino fundamental até a 7ª série/ 8º ano, esta clientela não apresenta a característica da “continuidade de estudos do 1ª ano do ensino fundamental até o 3º ano do ensino médio”, que faz com que o vínculo dos alunos com a Escola seja prejudicado, ocasionando, portanto, descompromisso do mesmo com o patrimônio escolar, colegas, funcionários e professores. A depredação acontece e a equipe escolar tenta intermediar os atos de violência através do diálogo e da conscientização. Existe em nosso projeto pedagógico, a teoria de que tentariamos garantir o envolvimento e a participação efetiva da comunidade, no sentido de partilhar as decisões que afetam seu destino. Ao pensarmos nisso, acreditamos que esse procedimento fortaleceria vínculos entre a escola e comunidade, garantindo menor índice de depredação. Nele contemplamos a participação de membros da comunidade nos colegiados escolares, além dos conselhos de escola. Também, os alunos são convidados a participarem dos conselhos de série e classe, sem poder de decisão, através do conselho de representantes de classes. Infelizmente isso está somente no papel. A comunidade “empresta” seus nomes para que constem nos documentos escolares, mas a qualquer convocação para reuniões, alegam mil e um compromissos, trabalho, doenças, filhos menores, obrigações domésticas e não comparecem às mesmas. Os alunos representantes de classe também não se concientizam de seu papel, pouco fazem e acabam sendo apontados pelos colegas como “X 9”; termo que os ofende e que faz parte da “gíria” dos adolescentes nos dias de hoje e que significa o mesmo que “dedo duro”, dos tempos passados. A comunidade basicamente não se preocupa em participar das decisões ou colaborar na intermediação dos conflitos escolares e comparecem em maior escala, apenas nas reuniões bimestrais de pais e mestres, mesmo assim, em alguns casos, ouvimos a citação de um ou outro pai “Vamos logo com isso, que não tenho tempo a perder com esse blá, blá, blá”.
A escola, efetivamente para construir o mínimo de identidade, conta somente com seu esforço próprio no trabalho de conscientização que desenvolve com os alunos em seu interior, contrastando com atos de violência e vandalismo urbano existente em nossa sociedade dos quais nossos alunos interagem fora dela, visto que são expostos pela mídia diariamente, ou até, violências domésticas que vivem ou presenciam em seus lares.
Temos realizado projetos escolares com foco na qualidade de vida, não violência, meio ambiente, reciclagem, civismo, saúde e higiene, poluição, voluntariado e solidariedade que apesar de ajudarem, não promovem relações efetivamente produtivas entre os alunos e o espaço escolar.
Apesar de tudo, faz parte de nossos ideais, ou sonhos, de que a escola seja o centro estratégico de mudanças de comportamentos violentos que o Brasil precisa, mas quando deparamos na distância que separa a realidade de nossa sociedade que influencia a realidade das escolas de hoje e a que almejamos, nos sentimos de mãos e pés atados.
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